O PAPEL DE UMA ÁREA DE INOVAÇÃO
A seguir 3 modelos que traduzem o papel da área de inovação nas empresas de acordo com Maximiliano Carlomagno:
1) Inovação como articulador da inovação
A inovação precisa ser compreendida para que seja praticada. As pessoas tem que incorporar ferramentas, práticas e novos conceitos de trabalho para inovar mais e melhor. Articular a estratégia de inovação e estimular a cultura são, atividades necessárias para fazer a inovação acontecer. A área de inovação é uma estrutura corporativa de suporte e prestação de serviço às BU’s (business units). Afinal, as pessoas, custos e receitas, estão alocadas nas unidades de negócio. A área de inovação apoia a definição de desafios estratégicos, auxilia o desenho do processo, a moderação de workshops e a priorização de ideias. Ainda serve como instrumentalizadora e orientadora dos times de projeto no desenvolvimento das ideias e como treinadora de técnicas de captura de insights, ideação e project management. Nesse modelo, a execução dos projetos fica alocada nas unidades de negócio que “compram” as ideias que lhes interessam e desenvolvem as ideias com seus recursos existentes.
2) Inovação como executor de projetos
Nem sempre, em função do tipo de inovação que a empresa pretende desenvolver, a melhor opção de estrutura é focar a área de inovação na instrumentalização, articulação e fomento da inovação. Em determinados casos, é preciso ir além. Os executivos das unidades de negócio tem tendência de focar em projetos de curto prazo que lhes garantam os resultados e bônus pelos quais são avaliados. Para isso, existe um time, recursos e budget para desenvolver as ideias inovadoras, enquanto que as BU’s ficam responsáveis pela operação do base business e não investem tempo em fazer aquilo que não estão acostumadas. Nesse modelo, a área de inovação fica responsável por um conjunto de projetos de ruptura e as BU’s ficam responsáveis pela operação do negócio existente e eventuais inovações incrementais. Há, claro, desafios quando essas ideias precisam ser posteriormente operadas pelas BU’s, mas sem essa abordagem, os projetos sequer iriam germinar.
3) Inovação como articulador e executor
O terceiro modelo consiste em integrar os dois papéis numa mesma estrutura. O desafio desse modelo é seu caráter dual. São papéis, perfis de profissionais e atividades distintas a serem realizadas. Separar essas atividades dentro da área de inovação e balizar claramente as expectativas com a alta gestão, é um tema crítico. Além disso, é fundamental o alinhamento com as unidades de negócio sobre esses papéis e a clara delimitação sobre que tipos de projetos são conduzidos pela área de inovação e quais são gerenciados pelas áreas de negócio. No caso concreto, as iniciativas de inovação radical que tem menor aderência com o modelo de negócio existente, são tocadas pela área de inovação ao passo que as iniciativas de inovação incremental, com encaixe no modelo de negócio atual, são gerenciadas pelas BU’s. Há diferentes formas de posicionar a área de inovação numa empresa. O modelo de prestação de serviço ou de gestão e execução de projetos têm desafios, papeis e demandas de estrutura e recursos distintos. A definição do melhor modelo, depende da estratégia de inovação de cada empresa e sua ambição de crescimento. Os 3 modelos apresentados são guias para uma análise inicial de cada empresa candidata a inovadora. Mas de qualquer forma, é importante deixar claro que não existe uma "receita de bolo". Cada empresa tem um contexto e uma realidade diferente para a implantação de uma área de inovação.